OPINIÃO • Artigo por:

A frase do título parece chover no molhado, tenho certeza de que você já ouviu muitas vezes. E tenho certeza também de que concorda comigo. Mas é uma reflexão necessária sobre um problema que ainda impede o avanço do Brasil: o analfabetismo funcional.
Pesquisa do Inaf, Indicador de Alfabetismo Funcional, mostra que 3 em cada 10 brasileiros não conseguem compreender um bilhete simples, uma placa de aviso, um número de telefone. Isso é muito preocupante! O verdadeiro desafio não é apenas decifrar palavras, e sim compreender ideias, interpretar mensagens e aplicar o que se aprende na vida cotidiana.
Mesmo com o aumento do número de pessoas alfabetizadas, uma parcela significativa da população brasileira ainda não consegue entender o que lê de forma plena. Isso significa que muitos não conseguem interpretar textos, manuais, formulários ou notícias, o que limita a capacidade de participar ativamente da sociedade e de tomar decisões conscientes. Esse cenário revela uma falha estrutural no sistema educacional, que continua priorizando a memorização em vez do raciocínio e da compreensão crítica.
Não há dúvida de que o analfabetismo funcional é uma das raízes de muitos outros problemas sociais. Sem a capacidade de interpretar e refletir sobre informações, fica difícil formar cidadãos críticos e capazes de transformar a realidade.
Superar o analfabetismo funcional é uma tarefa coletiva. Envolve o comprometimento de educadores, governantes e também de cada um de nós como sociedade. Ler, compreender e pensar são atos de liberdade e autonomia. Enquanto essa parcela de brasileiros não tiver acesso real à educação de qualidade, aquela que transforma, continuaremos presos a um ciclo de desigualdade e desinformação.